Se antes o sucesso dos negócios estava apenas na capacidade de gerar lucro e estabilidade, atualmente isso pode ser medido na capacidade da organização se adaptar, visando soluções que gerem impactos sociais positivos. É nesse cenário que se encaixa a letra “S” de ESG.

Representando o pilar social (Social) da sigla, o conceito tem ganhado cada vez mais destaque nas discussões sobre a responsabilidade corporativa na sociedade, o que envolve um conjunto de temas como diversidade, equidade de gênero, direitos humanos, condições de trabalho, redução das desigualdades, erradicação da fome, entre outros. Essa visão faz com que as empresas adotem práticas que auxiliem nessas questões e contribuam para o desenvolvimento social - o que pode incluir ações internas ou externas, trazendo benefícios tangíveis para a sociedade.

Os números comprovam os reflexos benéficos da adoção dessas ações. De acordo com dados do Instituto Identidade do Brasil (ID_BR), para cada 10% de aumento na diversidade étnica-racial, observa-se um incremento de aproximadamente 4% na produtividade das empresas.

Já uma meta-análise de milhares de estudos feita pela Universidade de Nova York, publicada no livro “Impacto Positivo” (Net Positive), encontrou uma forte correlação entre empresas que adotam práticas de sustentabilidade e melhor desempenho financeiro, especialmente a longo prazo. Foram avaliadas mais de 900 empresas de capital aberto baseadas nos Estados Unidos a partir de seus desempenhos ambiental e social, e criado uma lista das mais bem avaliadas. Essas líderes pagam aos seus funcionários 18% a mais, usam 123% mais energia verde, têm seis vezes mais probabilidade de estabelecer metas de diversidade e geram 7,2% a mais de retorno do capital acionário.

Para aprofundar um pouco mais nesse tema, confira alguns exemplos de como as empresas podem trabalhar aspectos sociais na prática.

Desenvolvimento profissional
O desenvolvimento profissional consiste no fomento da empresa para o aprimoramento de habilidades técnicas e competências comportamentais dos seus colaboradores, a fim de ampliar o conjunto de experiências e conhecimentos de cada um, tanto para o crescimento profissional como pessoal. Algumas sugestões são:

• Identificar áreas e níveis da organização que têm mais necessidade de capacitação;
• Estabelecer políticas para implantar a capacitação contínua e orientação profissional aos colaboradores em todos os níveis da organização;
• Oferecer incentivos, como bolsas parciais ou integrais de estudo, para fortalecer a educação continuada.

Qualidade de vida
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Por isso, um ambiente de trabalho saudável pode representar um agente promotor de qualidade de vida. Assim, a corporação pode:

• Realizar pesquisa de clima organizacional e promover ações e estabelecer indicadores para melhoria e gestão do clima;
• Realizar ações e campanhas de sensibilização para trabalhadores e lideranças, com temas alinhados ao perfil de saúde da população da organização, como hábitos mais saudáveis, prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, saúde mental;
• Desenvolver, nas lideranças, competências que fomentem o cuidado com a saúde integral dos trabalhadores;
• Implementar programas de valorização e reconhecimento dos trabalhadores, de forma a estimular o engajamento e o senso de pertencimento à organização.

Política de remuneração e benefícios
A política de remuneração e benefícios é um conjunto de regras e critérios que têm o objetivo de orientar as práticas de remuneração da organização. Ela pode abranger as regras para a gestão de salários e benefícios, os critérios para a prática de remuneração variável, bônus, recompensas financeiras e não financeiras e a política de promoção e de carreira. Por isso, as seguintes ações podem ser implantadas:

• Adotar práticas de remuneração e benefícios de modo equitativo para todos os profissionais;
• Estabelecer políticas relacionadas ao atingimento de metas de desempenho ambiental, social e de governança para a organização, para trabalhadores e diretores;
• Oferecer remuneração que esteja de acordo com a legislação vigente e, quando possível, acima do valor médio de mercado.

Continue nos acompanhando e fique por dentro dos assuntos. No próximo mês iremos falar sobre o “G” de ESG. E se você ainda não conferiu nosso último conteúdo, clique aqui.

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