Em nosso último conteúdo aprofundamos o conceito e o surgimento da sigla ESG. A partir de agora, vamos abordar o significado de cada letra da sigla e como atuar sobretudo dentro das organizações. Por isso, começaremos com a letra “E” (Environmental), que abrange as questões relacionadas ao eixo ambiental.
De acordo com a Prática Recomendada ABNT PR 2030 – ESG, um material informativo que tem como objetivo conceituar e orientar empresas na aplicação dos critérios ESG, esse eixo ambiental abrange impactos negativos e positivos das organizações no meio ambiente, considerando mudanças que podem ocorrer ou já ocorrem com alterações diretas ou indiretas. Poluição atmosférica e das águas, contaminação do solo, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, melhoria na biodiversidade local, captura de carbono e regeneração florestal são alguns exemplos de impactos ambientais.
O importante papel das organizações
Agora, vamos pensar sobre o “E” dentro das empresas? O Environmental da sigla ESG reconhece que a sustentabilidade é fundamental também para o sucesso a longo prazo das organizações. Ou seja, se torna uma via de mão dupla, com benefícios para o meio ambiente e para as empresas que, cada vez mais, se atentam a isso.
Para amenizar seus impactos em relação ao clima, por exemplo, as organizações podem mensurar e reportar os níveis de gases do efeito estufa (GEE) gerados e planejar ações eficientes de melhorias; aderir a plataformas, campanhas e/ou iniciativas de posicionamento para trazer maior padronização e transparência ao compromisso climático; dar publicidade ao plano de mitigação e aos compromissos assumidos e dos resultados e metas alcançadas, entre outros.
Já em relação à utilização de energia, recurso essencial para o desenvolvimento econômico e tecnológico de uma sociedade, o plano de ação sugerido pode envolver, por exemplo, a implantação de fontes de energia renováveis, como hídrica, solar, eólica e biomassa.
Gestão de efluentes, conservação e uso sustentável da biodiversidade, conservação do solo e gestão de resíduos também são alguns outros fatores que podem ser ao menos minimizados por meio de ações internas das empresas.
Combate às mudanças climáticas
Com o agravamento das mudanças climáticas, iniciativas e acordos globais foram fortalecidos para a redução das emissões de gases de efeito estufa, como o Acordo de Paris em 2015 e a Conferência das Partes (COP26) em 2021. Mas, você sabe o que eles representam?
O Acordo de Paris é um tratado internacional sobre as mudanças climáticas adotado por 196 países durante a COP 21, na França, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global e atuar de diferentes formas para atingir esse objetivo.
Já na COP26, realizada em 2021, as nações adotaram o Pacto Climático de Glasgow, com o objetivo de transformar a década de 2020 em um período de ação e apoio climático. O pacote de decisões envolve uma série de itens acordados, incluindo a intensificação de esforços para mitigação, adaptação e financiamento climático. A COP é a maior e mais importante conferência sobre o clima do planeta e significa “Conferência das Partes” - sendo partes os países incluídos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
De acordo com dados do World Economic Forum Global Risks Perception Survey 2023-2024, entre os 10 riscos mais severos para os próximos 10 anos, cinco estão relacionados ao eixo ambiental: eventos climáticos extremos, mudança crítica aos sistemas da Terra, perda de biodiversidade e colapso do ecossistema, restrição dos recursos naturais e poluição.
No Brasil, por exemplo, eventos climáticos extremos, como inundações, secas, incêndios florestais e calor extremo trouxeram como consequência dificuldade de acesso à água em muitas regiões, mudança de regime hídrico, encarecimento da energia elétrica e aumento do preço dos alimentos. Esses cenários reforçam a necessidade de se estar atento e contribuir ativamente para o combate às mudanças climáticas e ambientais como um todo.