Dando continuidade aos conteúdos sobre ESG, neste texto você conferirá algumas questões que englobam a letra ‘G’ (Governança - traduzido do inglês Governance), um pilar essencial para empresas que buscam operar de forma sustentável e ética, levando em consideração não apenas os interesses dos acionistas, mas também de todas as partes interessadas, como funcionários, clientes, fornecedores e a comunidade em geral.
Representando a ponte que conecta e viabiliza a inserção da agenda ESG nas instâncias, a governança, de modo geral, se refere à maneira como as empresas são geridas, incluindo a transparência nas operações, a prestação de contas dos líderes, a equidade nas políticas de remuneração, a diversidade nos conselhos administrativos, entre outros fatores. Empresas com boas práticas de governança tendem a se destacar no longo prazo, pois demonstram responsabilidade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.
Além disso, investidores e consumidores estão cada vez mais atentos à governança das organizações em que apostam seu dinheiro. A transparência e a ética nos processos decisórios e na gestão dos recursos são fatores-chave para construir uma reputação sólida, conquistando a confiança do mercado e nele se destacando.
Nesse contexto, fica evidente que as questões de governança no âmbito do ESG não se limitam apenas ao cumprimento de normas e regulamentos, mas envolvem uma mudança cultural nas organizações, que buscam integrar princípios éticos e responsáveis em todas as suas operações. Uma abordagem que não apenas agrega valor aos negócios, mas também contribui para um mundo mais justo, equitativo e sustentável.
Como aplicar a governança ESG na prática?
Implementar a governança de forma efetiva dentro das empresas requer um compromisso contínuo dos líderes e um movimento coletivo de todos os níveis do negócio. Confira algumas sugestões de ações que podem ser adotadas, tendo em mente que elas podem ser ajustadas e personalizadas para se alinharem à cultura e às necessidades específicas de cada organização.
1. Consolidar um conselho de administração diversificado e independente
• Buscar a diversidade em termos de gênero, etnia, habilidades e experiências para enriquecer as perspectivas no conselho;
• Garantir a presença de membros independentes capazes de desafiar, de forma construtiva, as decisões da gestão.
2. Desenvolver políticas e códigos de conduta
• Criar códigos de ética claros e abrangentes que abordem práticas comerciais éticas, evitando conflitos de interesse e corrupção;
• Implementar programas de treinamento para garantir que todos os funcionários entendam e acompanhem os princípios éticos estabelecidos;
• Implementar indicadores que reflitam o nível de alcance dos objetivos de compliance, de maneira a proporcionar um ambiente de governança adequado à tomada de decisão;
• Criar um sistema de gestão de denúncias, com linha direta e sistemas de comunicação para trabalhadores e terceiros, considerando desde a recepção e tratamento, até a conclusão e reporte.
3. Estabelecer uma divulgação transparente
• Fornecer informações claras, precisas e oportunas aos investidores, clientes e stakeholders sobre práticas de governança, desempenho financeiro, riscos e impactos sociais e ambientais;
• Produzir relatórios detalhados que evidenciem como a empresa está se alinhando aos princípios da Governança ESG.
4. Implementar mecanismos de controle interno e avaliação de riscos
• Estabelecer processos consistentes de controle interno para monitorar e gerenciar riscos em várias áreas da empresa, incluindo finanças, operações, conformidade regulatória e reputação;
• Realizar auditorias regulares e avaliações de riscos para identificar e mitigar potenciais problemas ou desafios.
5. Manter o envolvimento dos stakeholders
• Promover o engajamento ativo com os stakeholders, incluindo funcionários, clientes, fornecedores, comunidades locais e investidores, para compreender suas expectativas e necessidades e incorporar os feedbacks nas políticas e práticas da empresa.
A governança oferece um caminho claro e estratégico para as organizações caminharem em um mundo cada vez mais complexo, colocando ênfase em práticas sustentáveis, com transparência e responsabilidade social.
Os três pilares ESG – Ambiental, Social e Governança – permitem que as empresas gerem não apenas sucesso financeiro, mas também um impacto positivo ao seu redor, movimentando e influenciando ainda mais a construção e consolidação desse cenário.